sábado, novembro 20, 2004

Melodia

Tão bela é a face da morte...
Tão doce ao de ser seus lábios em momento oportuno...
Pois não há, senão ela, companhia no caminho que escolheste...
E este é o legado dos que caminham nas trevas.

Apenas o silencio mórbido em sua mente...
Que não seria senão pela distração do som de seus paços.
Sob a lua tu caminhas-te sem perguntar-se para onde.
Mas sabes aonde vai... Apenas sabe...

Em seu rosto, apenas as lagrimas de sua dor...
Um cigarro para fazer-te companhia...
Caminhando por entre túmulos que ão de seguir-te por onde for...
Eis, que neles, jazem as flores de sua morte.

A nevoa que cobres teu pensamento,
Nada é, senão o esquecimento da luz...
O sorriso que nasce em seus lábios,
Nada são, alem de seu sarcasmo diante da dor...

Quanto suportarás enquanto suas lagrimas congelarem?
Quanto sangue derramará por estes caminhos?
Eis então que o passado não voltará,
Mas permanecerá a dor de suas lembranças.

A doce melodia da morte soa em seus ouvidos,
Mas escutas apenas os ecos de seu inferno.
E a canção que cantas sussurrando...
Sabes que é um desejo de morte...

Não haverá finais felizes... Você sabe disso...
E apenas o beijo letífero o fará sorrir,
Mesmo que por um segundo...
Sob o vislumbre de seu pétreo leito...

domingo, novembro 14, 2004

Aurora

Tão rapidamente a aurora chegou,
Quanto, com ela vieram os sons de tal batalha...
Eis que a branca e imaculada neve caia sob o descampado entre as colinas,
E sua pureza era, tão logo, substituída pela rubra essência da vida.

Sob a sombra de carvalhos, guerreiros anônimos descansam suas armas...
Pois sob pétreo leito, irão jazer, tão brevemente quanto o próximo suspiro,
Ou tão longinquamente quanto o amanhã.
Pois então, haverá lagrimas em tão doces rostos, que os esperam sem repouso.

Apenas quando cai a noite, as trevas poderão cobrir os pálidos rostos
Que, sem nome repousam eternamente sob as estrelas
Quão longe iriá o guerreiro, em suas batalhas,
Se não para voltar para tão amada donzela?

Tolos são aqueles desafiam o verdadeiro amor de outrem,
Por que estes cairão sob a lamina do aço frio.
E não haverá lágrimas de sangue por suas faltas...
Nem mármore em suas moradas finais.

Tão logo separar-te-á de tua morada,
Quanto descobrirá que não há refugio senão o que deixastes...
Descobriras ainda, que não importa quão longe vá,
Não encontrará proteção que lhe livre do doce beijo da morte...

Então, quando em combate te deparares,
Sinta o suave acariciar do vento em seu rosto...
E peça-o que leve teus pensamentos a sua donzela,
Pois este certamente será seu ultimo momento.

Desta forma, quando sentires, o aço frio, tirar-lhe o fôlego,
E o gosto metálico da rubra essência invadir-lhe a boca,
Poderás partir com a visão de sua tão amada lady.
Antes de sentir a eternidade tirar-lhe a vida.

Sob as sombras de carvalhos, ão de jazer perpetuas lagrimas...
Daquela que vos esperava antes do crepúsculo.
Mas que os ventos leste, trouxeram fim à tão dolorosa espera.
Até que esta tenha fim em sua jornada, e possa ver sua ultima aurora.