domingo, novembro 22, 2009

Caos

Viajava com frequência, os poucos amigos e jeito reservado, sempre tinha muito tempo para pensar.E mesmo assim, mesmo tendo muito tempo para passar consigo, para pensar, não consegui chegar a uma conclusão. Havia muito tempo que não experimentava alguns dias de quietude, sempre havia um tempestade em seu interior, um tempestade sem nome ou forma, algo que não conseguia resolver, e isso tornava tudo inconstante demais, o humor, as musicas, tudo se agitava conforme a tempestade.
No final das contas acabou repetindo para si parte de um livro que havia lido, o destino eh tudo, e as três fiandeiras estão rindo da minha insolência.
Tragou, aumentou o som e sorriu, era simples.

domingo, novembro 15, 2009

Tellurian

Olhou a sua volta, sabia que possuía a resposta mas ela não lhe ocorria. Ele imaginava os motivos, sabia os motivos, talvez. Mesmo assim, ficou feliz por ser apenas uma ideia recorrente, poderia ser um plano e isso seria pior.
Fumou o ultimo cigarro da noite, ou manha, pensando no que devia pensar, e sabia que fazia isso para não pensar em nada.... somente na melodia que saia pelos fones. A voz doce que o afastava do abismo, mas jogava em uma escuridão cega.
Soltou os cabelos na metade do cigarro, estava cansado de muitas formas.

domingo, novembro 08, 2009

Fogo

Abriu os olhos devagar, voltando aos poucos a realidade. Estava apoiado na parede de um dos blocos da faculdade, um cigarro aceso, musica no mp3 e um sentimento incomodo. Observou as pessoas passarem de um bloco a outro, pareciam sempre tão diferentes. Andou pelo caminho lateral sob as árvores, olhando para o chão, sentindo o esmagar das folhas secas em baixo do All Star, ouvindo uma musica calma, suave.
Deitou-se em um dos bancos, estava cansado de tantas coisas, tentava apenas achar um canto da sua mente que estivesse em paz, quando sentiu o celular vibrar em seu bolso. O que costumava lhe fazer sorrir sozinho, agora lhe lembrava tão claramente por que estava desta forma, ali. Respondeu sem se dar conta, havia um numero que queria ter, havia uma mensagem que queria poder mandar...
Sete anos desejando dizer um "sinto muito", um desculpa que não vale de nada, que não deixaria nada melhor, mas queria poder dizer algo. Queria poder dizer para a garota de cabelos vermelhos que simplesmente sentia muito.
Tragou sentindo o rosto molhar, talvez fosse a chuva, não fazia diferença.

Caos

Ele escolheu aquela musica que não parava de ouvir, deixou a voz suave entrar em sua cabeça... Fechou os olhos, fingiu que ela estava ali cantando para ele e riu da ideia. Tao logo o riso apareceu, morreu na forma de um suspiro. Estava sinceramente cansado, cansado demais para não ligar, para tentar entender qualquer coisa, estava cansado de tentar ser justo.
Não tinha ideia do que fazer, faria qualquer coisa, mas não tentaria mais explicar-se para quem não estava interessado em nada além da própria opinião sobre ele.
Se perguntou mais uma vez se não havia mais ninguém no mundo que não achasse que poderia entender tudo sobre ele sem ao menos lhe perguntar um "por que". Nem mesmo ele entendia tudo sobre si mesmo, como alguém poderia ser tão pretensioso a ponto de achar que entende? Deixou a raiva fluir com a musica...

sexta-feira, novembro 06, 2009

Decode

E olhou para traz, viu aqueles belos cabelos dançando ao sabor do vento, se afastando. Sabia que devia sentir algo, sabia que sentia, mas não sabia o que era, não percebia. E nada, ninguém, poderia dizer o que se passava em sua cabeça... Só sabia que devia sentir algo, não pelo dia que passou, mas por todos eles.
E quando cantou "Sempre estar lá, e ver ele voltar. Não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar", disse muito mais que isso para si mesmo, para todos que estavam ocupados demais com outra coisa.
Desviou o olhar, a paisagem era um cinza azulado, uma imensidão vazia e bela.