quarta-feira, janeiro 27, 2010

Sentido

Talvez não faça sentido para ninguém mais
O velho e denso cheiro acre, metálico e salgado
Do noh sufocante, conhecido de longa data
E talvez não faça sentido para mais ninguém
Uma saudade tão intensa pelos motivos que nem sei citar
Ou o profundo desejo de ter lido antes, tão belas linhas
Faz sentido para mim, como antes, grave e profundo

terça-feira, janeiro 26, 2010

Simples Perfeição

Doce incerteza de belas palavras
Num profundo olhar de belos sorrisos
Doce toque de textura musical
No mais calmo ofegar com o coração acelerado
Pelo sabor de tão perfumada pele
Sedosos lábios vorazes, sinceros
A eternidade na ponta dos dedos, desenhando belas linhas
Contornando os traços fascinantes de uma linda poesia
Marcando a alma com as cores mais belas
Para perder-se no perfume do hálito quente
No ritmo da sua respiração, que acalma a tempestade
Deixando-se emaranhar nos cabelos que se confundem e misturam
O mais lúcido torpor, simples perfeição

Lembranças

- Vai acabar logo. - Ele olhou brevemente para o lado, ela saberia responder.
- O que faremos? - Ela perguntou sorrindo.
- Aproveitaremos ao máximo. - Disseram juntos.

Paixão

E não há paixão, em mim, mais pura do que pela beleza
Na beleza dos mais simples detalhes, nas mais complexas formas
Nos olhos ou num olhar, na incerteza das próximas palavras
No vento, na tempestade furiosa, nas chamas e nas cinzas
Me apaixono pelo som de uma respiração, pelo seu ritmo
Pelos desenhos delicados de belos lábios, de sinceras palavras
Pela voz e pela textura da pele, melodia e perfume
Tanto quanto por um sorriso sincero, movimentos fluidos
E me perco em toques, gestos, nas sensações e nos pensamentos
Pois tão bela eh a profundidade, a garoa fria de uma manha de inverno
O som de folhas secas sob meus pés, num céu claro e estrelado
Complexa simplicidade da paixão que incendeia minha alma

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Olhar

E deixei no ar a sombra da minha alma
Num sorriso subjetivo, traço de um olhar
Procurei sem direção, sem ver ou me importar
Os belos traços dos teus lábios
Para no seu doce hálito me deixar perder
Ou me encontrar nos teus devaneios tão sábios
E deixei no ar as sombras das minhas palavras
Num ritmo subjetivo, uma paixão subjugada
Ou apenas, talvez, nos traços deste olhar

terça-feira, janeiro 19, 2010

Leveza

Acida leveza desta alma selvagem
Pelo saborear das caricias do vento
Que lhe desmancha os cabelos
Perdeu-se nos devaneios, nas minúcias
De lembranças que nunca aconteceram
No toque perfumado do martelar do piano
E achou a si no desenho de perfeitos labios
De linhas fluídas, calorosa textura
Desvencilhou-se da calma respiração
Para saciar a sede em desejoso veneno
Como se fosse chuva fina na manha fria
Como a paixão pela lua, pelas estrelas
Deleitou-se com os próprios erros
Como a primeira carta, tolo incauto
Para marcar na pele tão gelado hálito
Ou apenas se deixar molhar
Sob o apaixonado olhar da tempestade

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Melodia

E nao desejo nenhum lugar somente para mim
Senao talvez em algumas poucas linhas
Que me digam quem sou, sem se importar com quem fui
Ou ainda, apenas apreciar estes belos acordes
Que embalam minha respiracao em tao belo ritmo
E nao desejo nenhum pedaco de mim
Senao talvez os que tenho aqui
Sem se importar com o caminho que deixei para tras
Nem com o dissonante eco dos antigos passos
Ou ainda, importar-se apenas com um sorriso sincero
E este olhar distante, que embala a melodia
Doce amarga melodia

domingo, janeiro 17, 2010

Beleza

Não poderia ser, senão como uma noite estrelada
O mais perfumado sabor da surpresa
Talvez sem saber para onde ir, sabendo o que quer
Divagando na textura do delicado perfume
Ou embriagando-se com tão belas cores
De formas suaves, decididos movimentos
Uma dança decidida, naturalmente fascinante
Quando só desejo liberdade e a brisa noturna
Me deixo levar pelas desenho daquelas palavras
Ou pelo breve toque que congelou minha alma
Não poderia ser, senão como o mais belo por-do-sol

quinta-feira, janeiro 14, 2010

A Mais Bela Rosa do Abismo

Não somente como uma paixão melódica
As vezes tão profundo quanto o ressonante olhar
Um amor pelos suaves movimentos
A dança de teus lábios conjurando precisas palavras
Sentenças da minha alma, torpor para minha mente
Bela tempestade que incendeia meus traços
Ecoa nos meus passos com a perfumada brisa de tua respiração
E contorno cada lembrança marcada pelo seu nome
Com a calma que invade cada gesto meu
Pois não poderia ser, senão o desenho de seu rosto em palavras
De cores selvagens, perfume da mais livre rosa do abismo
Da mais fascinante sinceridade que cativa minha essência
Como as estrelas me prendem após rubro crepúsculo
Pois não poderia ser, senão o incêndio em sua alma

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Fogo

As vezes o horizonte se enche de fogo
Pouco antes de me reconfortar com tão desejada noite
Tempestuosa e perfumada escuridão, de ventos suaves
E deixo a melodia guiar meus passos lentos
Observando o calmo movimento dos meus pés
Deixo-me perder por entre o caos em minha mente
Que despreza, por um instante, o mundo ao seu redor
E tudo que vejo são os ecos destas linhas
Que desenham com perfeição estes modos tortos
Que vêem beleza nas gotas dessa chuva fina
Ou mesmo nestes gestos lentos e suaves
Deixo-me apaixonar então pelo que é simples
E essa arte pura e essencial preenche minha alma
Faz florescer o jardim em sua escura morada
E se o horizonte se enche de fogo
Incendeia minha vontade com desejo
Me traz para perto de mim, tão desejada noite

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Reflexo

E talvez fosse possível juntar cada pedaço
Cada pequena parte, ao som de um anoitecer suave
Apenas se eu não estivesse tão cansado de tentar
Se não houvesse este desejo pela parte perdida
Poderia ser mais simples, somente melodia
Então este vento gelado que acaricia minha face
Teria um sabor mais suave, o perfume que procuro
Mas ele, este sopro gélido, só tem ondulado o lago
E me faz procurar por um reflexo que possa reconhecer como meu
Ou talvez ouvir uma voz que seja minha
E não somente estas linhas que desenham estes modos tortos

domingo, janeiro 10, 2010

Caos

As vezes tudo poderia ser resolvido com apenas 0.451 polegadas.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Sândalo

Deixo-me perder num olhar para o céu
Sentindo o perfume das nuvens carregadas
Apreciando o acariciar do vento
Vou para longe de mim e não me importo
Talvez um dia eu tente novamente
Hoje eu só desejo a melodia da tempestade
Ou desenhar o horizonte com arrependimento
Em cores antigas e cheiro de sândalo
Simplesmente pela paixão pelo que é livre
Pela minha alma que esta longe daqui
Por amor ao reflexo na superfície do lago
E me deixo fascinar pela ressonância de cada palavra
Pelo ondular suave de cada gesto distante
Ritmados pelo som das folhas secas sob meus pés
Ou pelo olhar seguro para o negro abismo
E se por ele se faz a vastidão branca
Que seja simples e belo o crepúsculo

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Ontem

E se for incerto, então que seja
Sem querer, um sorriso para lembrar
As notas que embalaram a noite
Nas palavras, apenas elas, sem expectativas
Somente uma sinceridade doce
De cores cativantes, suave sabor
Para curar velhas feridas
Ou absorver minha alma
Como fariam as estrelas
E me deixo levar pelas linhas
Que te desenham sem pressa
Em cores vivas, perfumes sedosos
Traços únicos de uma textura musical
Criam sentido para tão desejoso olhar
Que, sem querer, me faz lembrar de ontem
Sorriso, linha a linha

domingo, janeiro 03, 2010

Caos

Abriu os olhos,e antes de perceber que estava acordado já pensava sobre as ultimas horas... Não era a primeira decisão sem garantias, mas significava algo e sorriu. Sorrir era bom, melhor ainda era lembrar como se fazia isso.