terça-feira, setembro 28, 2010

Garras

É impossível ter garras e não destruir algo, em algum momento.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Vislumbre

Cada manhã trás a doce lembrança da perdição
O vislumbre do arrastar de suas próprias garras
A duvida, pedaço por pedaço, no afogar-se em si
O ultimo primeiro passo sobre o nada, consumindo-me

Cada manhã trás a escuridão sobre a aurora
O estridente rasgar do tangível, o perfume das sombras
Escorrendo pelos dedos com sua calma apática
Ruidoso, inexistente, tomar de fôlego

Adormecida e tortuosa ilusão, o fim em cores
Emersão dos reflexos sedentos pela carne
Consciente espiral, alem da tempestade
Constante busca pela ferrugem sobre a pele alva

Na loucura, sensata deliberação, de um suave movimento
Mais um consequente arranhar dos ossos expostos
Acolhedor toque deste passageiro de arestas afiadas
Gotejante instrumento para silenciar o erro, doce silencio

The dreams in which I’m dying are the best I’ve ever had

terça-feira, setembro 21, 2010

Monstro, demasiado monstro

"Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti."  (Friedrich Nietzsche)

quarta-feira, setembro 15, 2010

Cinza

O cinzento e gélido sabor desta textura cortante

Como o reverberar solene e metálico da culpa
Agitado tal qual o mais comedido movimento
Sob o olhar desta sombra, faz-se perceber
Descontrole ponderado, o esforço de tudo tocar
A superfície que livra de si tudo que não teve
Gelado e vasto impulso pelo indesejado
Somente pelo desejo de ser tocado por algo
Ou alguma coisa, alem da tola trégua com a ilusão
O mais puro ímpeto de liberdade, uma prisão para os sentidos
E se a cor, perfumada cor, se fizesse real
Não apenas se manifestasse na silenciosa tempestade
Tão certo seria o fim, quanto poderia haver começo
Mas é apenas mais um acorde ressonante de discórdia
O mais puro desprezo pelo valor, perverso olhar
Um sorriso a sombra do limiar, sob o sabor do sangue
O paradoxo personificado na simples complexidade de mais um sabor
Ou ainda, mais uma marca profunda numa alma superficial