terça-feira, abril 06, 2010

Desfecho

Há um poço no qual me nego a mergulhar, e por não haver opção eu observo da superfície. A visão é real, mas distorcida e não oferece o suficiente para saber qual o sabor da agua, nem mata minha sede.
O mostro que eu criei, alimentei dos meus vícios, da minha forca e de toda mentira que contei a mim e fui capaz de acreditar... Enquanto fui capaz de acreditar. Agora eu me torno não mais que isso, nem menos, pois não posso ver alem da própria criação, todos os meus belos traços falsos.
Se havia o conforto de mais uma mentira, contada a lentos passos do relógio, não há mais, pois o calculo não foi preciso. A mentira, desmascarada por um erro tolo, é então somente mentira. E assim foi.
De todas as promessas que não cumpri, as únicas que me causam dor são as que fiz a de fronte a superfície do lago. Não hei de me envenenar por uma curiosidade negra, curiosidade alimentada pela fraqueza e medo; Não hei de mergulhar em uma mentira, por conforto, fundo o suficiente para descobrir que não poderei voltar.
Humano, apenas, que sabe onde encontrar a essência da sua mais vil fissura, e nela não mergulha por estar cansado de uma batalha que nunca travou. Por não saber confiar em uma resposta que permite a duvida... por duvidar simplesmente.
Há, sempre houve, um limiar. Não é um ano, nem mais poderia ser. O ultimo limiar não pode ser quantificado, não me sinto capaz disso, apenas sinto-o arrastando-se.... escuto suas garras arranhando o chão e me inquirindo sobre qual será o desfecho. Ele o sugere, como sempre.

segunda-feira, abril 05, 2010

Desgosto

Meu interesse morre exatamente no seu próprio limite... Por maior que seja a tentativa, não há o que ser acrescentado e eu me canso. As vezes algum mistério, o desconhecido por si só, outras vezes um teste de limiares... Então sobra o desgosto pelo que não oferece mais nada.