quarta-feira, setembro 15, 2010

Cinza

O cinzento e gélido sabor desta textura cortante

Como o reverberar solene e metálico da culpa
Agitado tal qual o mais comedido movimento
Sob o olhar desta sombra, faz-se perceber
Descontrole ponderado, o esforço de tudo tocar
A superfície que livra de si tudo que não teve
Gelado e vasto impulso pelo indesejado
Somente pelo desejo de ser tocado por algo
Ou alguma coisa, alem da tola trégua com a ilusão
O mais puro ímpeto de liberdade, uma prisão para os sentidos
E se a cor, perfumada cor, se fizesse real
Não apenas se manifestasse na silenciosa tempestade
Tão certo seria o fim, quanto poderia haver começo
Mas é apenas mais um acorde ressonante de discórdia
O mais puro desprezo pelo valor, perverso olhar
Um sorriso a sombra do limiar, sob o sabor do sangue
O paradoxo personificado na simples complexidade de mais um sabor
Ou ainda, mais uma marca profunda numa alma superficial

Nenhum comentário:

Postar um comentário