terça-feira, maio 03, 2011

Outono

A doce ressonância do perfume destas palavras que morrem
Embala meu tranquilo sono desperto, cheio de seus sonhos vazios
Uma canção apaixonada pela outono cinza e rastejante
Como a sedosa dose deste veneno áspero... o frio no qual estou, está em mim

O amor pelo qual nada posso, selvagem e pulsante paixão pela noite silenciosa
Pelos passos observados sozinhos, ecoantes, o suave brilho da chuva no asfalto
Perder-me em nada, no horizonte congelado da paisagem que me preenche
Vendo esse mundo embaçado através da fumaça de meu cigarro

A melodia, tão certa melodia... e sua cegueira, desejada virtude
Se apenas não fossemos, por mais um instante, aqueles dos quais nos cansamos
Aqueles pelos quais, por profundo amor, desprezamos
Mas não, são apenas mais alguns passos molhados sob a noite

E a chuva dançante sob as luzes amareladas da cidade, com suas palavras que morrem

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