sábado, agosto 15, 2009

Caos

Estava escuro, o céu estava estrelado. Uma oportunidade nova. Ele só se incomodava com o fato de não poder divisar com precisão as linhas do rosto dela, no mais a situação era perfeita... ou quase.

- Isso me perturba mais do que eu gostaria, e sei que te perturba em algum ponto também. Eu não sou, afinal, tão nobre. Eu gostaria de ver meu orgulho regenerado através de minhas mãos também, queria 'dar o troco'... É isso que se passa na superfície de minha mente... Por outro lado, eu sei que nada disso é verdade. A verdade é que eu não sei me perdoar por ter desistido de tantas coisas importantes para mim, como o orgulho, nem sei como reave-las. Talvez seja isso que me perturba. Quando estou aqui, contigo, nada disso importa, mas longe de ti isso vai voltar a me perturbar. - Era isso que ele queria ter dito, mas não conseguiu. Sabia que esse assunto era incomodo, o ar ficava pesado. Ao invés disso, falou apenas:

- Não queria ter de lidar com isso, serei frio ou grosseiro. - Ele resumiu bem o que sentia, abreviou o máximo que pode. Ele sabe que ela entenderia tudo, mas não conseguia se sentir seguro para por estas coisas que a incomodavam em palavras.

Ele sabia que ela podia ver muito alem destas palavras, ela conhecia sua alma... Isso fez sua tristeza aumentar, ao ver como aquilo a incomodava. Ela também lhe explicou seu incomodo de modo sucinto, mas ele também via muito alem das palavras.
Demorou mas compreendeu, a verdadeira beleza se revela quando tudo pode tornar-se frio e complicado, mas mesmo assim se mantém quente, belo e simples. Aquela noite, estrelada, foi perfeita.

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