quinta-feira, setembro 24, 2009

Caos

Quando quebrou ninguém pode ouvir, ninguém poderia ter ouvido. Não foi a primeira vez que quebrou, ele sabia como era sentir os cacos, de bordas afiadas, espalhando-se pelo chão... Ele conhecia a melodia gelada dos pedaços chocando-se uns contra os outros, partindo-se. O retinir agudo, do que havia conseguido colar desde a ultima vez que se partiu, somente ele ouviu.
Achou melhor não juntar nada desta vez, era melhor não cortar as mãos juntando pedaços, colando fragmentos. Não tinha animo, motivos, não tinha nada... Para que tentar? Deixaria como esta, espalhado pelo chão, reluzindo a luz fraca de um punhado de memorias coloridas.
Precisava do que lhe restava para se opor a inercia, olhou para traz uma ultima vez e sorriu para o que viu, mas não veria mais. Talvez devesse tirar o cabelo da cara, era incomodo, mas o vento não ajudava. Guardou o próximo sorriso para algo novo.
Então o mundo seguiu adiante.

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