segunda-feira, setembro 21, 2009

Tempestade

Tão errado quanto se pode desejar
Como um gosto metálico, salgado, profundo
Não mais do que se pode ser
Mas eu ainda olho para o céu, aprecio as estrelas
Apenas para mim, como uma chuva fina
Gelada, continua, uma doce melodia
Como uma manhã cinza
Uma perfeição torta que lhe espera a cada segundo
Desejo sem temor, a segurança cega dos tocados pelo abismo
Sincero como as notas nas marcas deixadas pelos seus lábios
Tão errado que parece certo
Nobre como uma jóia falsa, de um charme duvidoso, sombrio
E me desenho para você na esperança de me ter nos seus olhos
Mesmo que por um instante, estar alem dos meus modos errados
Das minhas palavras confiantes e imprecisas
Da profundidade labiríntica, tão gelada quanto a superfície
Consumir-me no calor que você traz, no fogo que ascende
Tão certo e perfeito, torto e dissonante
Quanto o sonho doce, musical, no qual me perco pelo seu perfume
Um torpor doce, agitado, dourado aquoso...
O veneno que mata pelo sabor do qual não se pode escapar
Se ao menos não fosse meu antídoto, que acalma minha alma
Faz o mundo assim, tão diferente... outro.

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