quinta-feira, setembro 03, 2009

Torpor

Sentia muito quando não sentia nada
Por estar cheio daquele vazio sufocante
Sem desejar a melodia daqueles olhos
Não sabia ser, tudo sem sentido
Sentia muito pelo sentimento cinza
Pela cor amarga em sua boca
Sem desejar a vibração de seu perfume
Não era capaz de acordar de seu sonoro torpor
Mas seu desejo tinha cor, grave
O sabor dissonante dos seus lábios rubros
E desejava a tempestade quando chovia
O suave cheiro da brisa gelada
Tao capaz de acalmar os sentimentos
De despedaçar sua alma ou fazê-la completa
Mesmo tão imperfeito, harmónico
Podia sentir o piano martelar seu peito
Embriagar a culpa, para culpar a embriaguez
Sentindo muito por sentir tanto
Por um sentimento prata, antigo e almiscarado
Molhado pela aspereza de sua alma
Pelo fogo frio de sua essência ardia
Incompleto pela dedicação cega
Sorria sem humor, mas sinceramente
Matando pela fidelidade a si
Mas o piano ainda martelava em seu peito
E seu coração ardia sob efeito do perfume apaixonado
Que insistia em embalar seu sono
Se não houvesse saída... sairia, sem sentido

Nenhum comentário:

Postar um comentário