quarta-feira, setembro 30, 2009

Tempo

Parou a moto, não havia chegado em casa e tão pouco aquele era o caminho mais curto. Suas mãos estavam congeladas, fazia muito frio e ele não usava luvas. Não havia vento, e ele agradeceu mentalmente por isso.
Sentou no meio-fio e se deixou perder nos desenhos do pneu. Tanta coisa em tão pouco tempo, talvez fosse melhor começar a dormir tarde novamente.
Olhou a sua volta, de muitas formas, não via ninguém. Escutou vozes distantes, animadas com algo, talvez o jantar. Mas não havia ninguém, somente a rua escura de pedras molhadas e mal encaixadas. Tudo convidava-o, mas ele não aceitou. Sempre um ponto de ruptura, um limiar, e desejo.
Quando achou que já podia voltar para a moto, voltou.

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