segunda-feira, julho 13, 2009

Caos

Ele abriu a porta, o vento frio trespassou seu corpo trazendo consigo as finas gotas de chuva que a pouco começara. Era uma noite fria, a lua brilhava escondia por detrás das nuvens carregadas que dominavam o céu desde cedo, era uma noite que trazia consigo o torpor que ele procurava.

– Proibida... – Disse ele em voz alta.

Eis a palavra que insistia em não sair de sua cabeça, era a definição do todo. Ele caminhou, deixou a chuva fina molhar seu rosto, escorrer pela sua face, seu corpo tremia, mas ele não sentia frio. Ele sabia onde iria, mas não planejava isso, apenas era arrastado.

A chuva parou há algum tempo, o céu limpava rapidamente, ele já podia ver as estrelas quando chegou. Acendeu um cigarro, e observou a fumaça desenhar o caos a sua frente.

– Caos... Tudo começa e termina no mesmo ponto. – Ele disse olhando para o céu, como se dissesse as estrelas que aumentavam em numero.
– Não... não precisa ser assim. – Disse uma voz feminina, doce e suave.

Ele não se surpreendeu em ouvir esta voz aqui, não esta noite. Sem se virar para ela, ele tragou mais uma vez, seu cigarro sempre adquiria um gosto horrível na presença dela, jogou-o no chão, enquanto ouvia o som dos tênis dela no cascalho. Virou para ela, estava ao seu lado, olhando para as mesmas estrelas que o faziam ficar vazio, frio.

– Sabia que você estaria aqui. – Ela disse sorrindo, com um ar divertido.
– Certo que sim. – Ele respondeu olhando a face dela, levemente iluminada. Seus demônios acordaram, ele não tentou impedir, era inútil... Ela sempre trazia a tempestade.
– Adoro isso. – Disse ela virando-se para ele, olhando-o nos olhos. Seu rosto exibia um sorriso sincero, seus olhos exibiam um olhar devastador, quase insustentável.

Ele não disse nada, sabia do que ela falava, passou seu braco pela cintura dela e voltou a olhar para o céu. Nada mais foi dito esta noite, não era preciso.

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