segunda-feira, julho 27, 2009

Caos

Acendeu um cigarro, aumentou o som que era quase um sussurro. Começou pensando que as pessoas enclausuravam-se durante a vida toda, peregrinavam, iam aos confins do mundo, tudo para achar a resposta e poderem contemplar a perfeição. Começou concluindo que isso era besteira, as pessoas afastavam-se cada vez mais da resposta em suas buscas...

- Não... - Tragou...

As pessoas precisavam contemplar tudo que havia de imperfeito, incompleto, antes de poder perceber a perfeição. Como, senão tendo com que comprar, poderia alguem perceber a simplicidade de um dia perfeito? Ele apreciava o final de um dia perfeito, simples e intenso. Um dia sem novas perguntas nem respostas.
Se perguntou se deveria sentir tristeza pelo final de um dia assim, concluiu que não. Por mais que demorasse um eternidade para voltar a contemplar um momento assim, poder ver a beleza nos detalhes mais ínfimos, não poderia ficar triste mesmo diante da iminência do próximo dia comum.
Ele enclausurou-se afinal, percorreu os confins de seu mundo. Quando parecia não haver resposta, quando parecia não haver o objeto de seu desejo e procura, quando finalmente desistiu da pergunta a resposta apareceu, cristalina... obvia e fascinante.

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