segunda-feira, julho 20, 2009

Outono

Ela correu, suas botas faziam um som ainda mais alto no beco onde entrou.

– Filho da puta! – Exclamou ao queimar o braço no cano fumegante de uma das suas armas.

Os pentes caíram produzindo um som agudo que logo ficou para trás. Ela podia sentir o coração batendo, havia corrido muito e sua respiração estava descompassada, apesar disso sabia que não o havia despistado – Fácil demais – mas não podia se dar ao luxo de olhar para tras. Inseriu novos pentes as suas pistolas, ouviu um clique mais alto do que esperava da trava de seus carregadores. Parou.

– Cheque mate. – A voz foi fria, desprovida de qualquer emoção.

– … – Ela estava morta, não havia o que dizer. Tentou por um sorriso nos lábios em seu ultimo segundo, não pode.

Sete disparos foram ouvidos. Sete capsulas retiniram contra a parede, ainda soltando fumaça. Seis balas trespassaram a cabeça da garota, seus cabelos prateados pareceram flutuar por uma eternidade. Um projetil estilhaçou o seu maxilar. Logo apos o baque surdo, o sangue alcançou os sapatos do homem.

– Tsc... Gosto mais do seu cabelo vermelho. – Tentou achar graça, não entendia o conceito ainda, e o cabelo da moca era originalmente vermelho... a piada não teria graça de qualquer forma.

O noticiário notificou um latrocínio, ninguém questionou os múltiplos disparos.

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